segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Letras: Chris Cornell



Chris Cornell é conhecido pelo seu vocal poderoso, talvez um dos melhores e mais potentes no mundo da música. Na minha opinião, sua voz só fica atras de Robert Plant, e obviamente sem comparação nenhuma, as composições de Chris também lembram algumas do Led.

Tanto no Soundgarden, ou mesmo antes no Temple Of The Dog, e mais adiante no Audioslave e em carreira solo, Chris Cornell escreveu letras marcantes e que não são apenas geniais no vocal e na parte instrumental, mas as letras fazem um sentido imenso para aqueles que ouvem e conseguem captar a mensagem que Chris tenta passar.

O álbum Carry On, de 2007, traz as melhores composições da carreira solo de Chris, são músicas que desenham um cenário, talvez não da própria vida de Chris, mas certamente muita gente já passou pelas situações que ele descreve.

 Por exemplo, em Your Soul Today ele descreve uma situação de relacionamento sem compromisso, enquanto na música Finally Forever ele conta uma história de amor eterno.

 Chris Cornell transita muito bem entre esses cenários, ele pode falar de qualquer assunto em uma música e decifrar sentimentos que todo mundo tem ou coisas que muitos já viveram.

 Uma música não tão conhecida dele, também do álbum Carry On, é a Ghosts. Ela fala sobre uma mudança de personalidade, talvez uma desilusão que fez com que essa pessoa mudasse seu comportamento, e quando a mulher dessa história o procura novamente, a situação é completamente diferente. Com certeza você pode tirar suas próprias conclusões ouvindo a música.

 Diferente do Carry On, o Euphoria Morning de 1999, talvez pela época em que as músicas foram escritas, as letras são mais calmas e sossegadas, o álbum de 2007 alterna entre as músicas de amor lentas e músicas agitadas que falam simplesmente sobre coisas da vida.

Começando da terceira faixa do disco, Preaching the End of the World , Follow My Way e When I'm Down são as mais simbólicas. Essas não são as figurinhas carimbadas do disco, mas são músicas que chamam  atenção justamente pelo fato de descreverem momentos que todas as pessoas passam, cada música conta uma história de vida separadamente, e essa é uma habilidade que faz com que Chris Cornell seja um dos maiores cantores/compositores do cenário musical.

 When I'm Down tem uma letra excepcional, e o vocal é igualmente fantástico. Eu conhecia apenas pelo disco, mas quando eu vi uma apresentação ao vivo dessa música não teve como não viciar.

"And I only love you when I'm down, but one thing for you to keep in mind, you know, I'm down all the time"

 

Post by Emmanuel Henrique.



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Discografia solo de John Frusciante: Primeira fase, a quarta dimensão e a volta do inferno



John Frusciante foi sempre reconhecido por ser um artista virtuoso, que não gosta de se limitar em um único espaço musical. Ele sempre procura novas influências, novos sons, e isso se pode perceber muito bem em seu trabalho solo. Assim como todo músico, John vive buscando novos horizontes para sua música, tentava fazer algo com sua cara, com seu espírito, e isso é sentido durante a evolução dos seus discos.

O primeiro album de Frusciante foi lançado em 1994, chamado "Niandra Lades And Usually Just A T-Shirt" é  um album experimental, com violão, guitarra, banjo, piano e sintetizadores gravados em um aparelho de gravação Lo-Fi de quatro faixas. Nele podemos ouvir músicas tocadas em um violão, com solos de guitarras gravados de trás para frente (coisa muito usada por Jimi Hendrix), o uso de sintetizadores e um vocal meio distorcido e arrepiante, com altos e baixos (beirando bem o experimental). O disco foi lançado porque John achava que não havia mais boa música,ou algo com as vibrações de Da Vinci, Jane's Addiction,Jimi Hendrix. A personagem exposta na capa do disco é androginia de John, e é representada por ele próprio. O disco não é só um reflexo da exploração de John pela "Quarta Dimensão" que ele costumava citar, mas também se nota uma certa falta de esteticidade na musica por parte do vocal, que pra um ouvinte comum chega a ser irritante. Possivelmente devia ser algum efeito que as drogas proporcionaram, essa coisa de explorar algo fora do normal. John tinha em mente lançar dois discos, o Niandra Lades e o Usually Just a T-Shirt, mas ele acreditava que estava morrendo devido às drogas, então decidiu lançar os dois albuns juntos. Foi lançado pela gravadora de Rick Rubin, e vendeu aproximadamente 15 mil cópias.

O próximo album de Frusciante seria o Smile From The Streets You Hold, de 1997. Esse album é na verdade um amontoado de músicas produzidas em vários períodos, principalmente de faixas extras que não foram incluídas em seu primeiro álbum, o Niandra Lades And Usually Just a T-Shirt, incluindo várias faixas gravadas em 1996 e uma "A Fall Thru The Ground" de 1988 (quando John tinha 17 anos). O disco é um retrato do que sobrou de John Frusciante depois do uso excessivo de drogas e da dependência química. Nas faixas gravadas em 1996, percebe-se um John agoniante, que sofre com a dependência. Já não existe estética musical, e sim um apelo de vida vindo de sua voz.

Nesta época, ele já estava em um grave estado, esquelético, sem dentes (que foram extraídos para evitar uma infecção letal), com pouquíssimos cabelos, sem unhas, e com uma alimentação reduzida a substâncias líquidas, consumidas por idosos e doentes. John estava à beira da morte, sua salvação seria se internar em uma clínica de reabilitação, para limpar seu organismo. Ele disse que lançou esse disco para conseguir dinheiro para comprar heroína. Em 2000, o disco foi retirado das lojas, à pedido de John Frusciante.


Depois de John Frusciante estar no inferno, e retornar, ele decide dar um tempo e se dedicar ao Red Hot Chili Peppers. Em 2001, ele lança seu terceiro album, o To Record Only Water For Ten Days. É incrivel a diferença desse album para seus dois albuns anteriores. Apesar de John Frusciante não ter abrido mão da gravação Lo-Fi, esse album foi um album muito mais profissional que seus dois últimos. John continua no seu caminho experimental, mesclando violão e guitarra com elementos de eletronica, new wave e synthpop. Um mês depois da sua volta ao Red Hot Chili Peppers, Frusciante se viu profundamente conectado a um plano espiritual e inspirado pelas visões de espíritos que tinha. A ideologia de gravar "Water For Ten Day" se dá pelo conjunto de dez períodos nos quais o álbum é concebido. As letras expressam este tema como uma espécie de acordo com matérias espirituais e filosóficas tanto quanto uma ligação com sua personalidade psicodélica.

Post by Caike'.